Cerca de 37 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo e a maior parte delas são jovens em idade reprodutiva. A introdução de medicamentos antirretrovirais potentes para o tratamento transformou o que era um diagnóstico fatal em uma doença crônica, manejável, porém ainda sem cura. A fertilidade de pacientes, que vivem com a doença, pode estar afetada pela ocorrência de infecções adquiridas sexualmente, fatores psicológicos ou mesmo pelo estigma causado pelo HIV.
A longevidade e a enorme melhora na qualidade de vida obtida com o tratamento, a redução da concentração de vírus no sangue e nas secreções do corpo, reduzem enormemente o risco da transmissão sexual e aos bebês, durante a gestação. Esses importantes avanços no manejo da doença têm provocado maior interesse em indivíduos portadores do HIV por gerar seus próprios filhos.
Casais soro-discordantes são aqueles em que um tem o HIV e o outro não. A situação mais complexa é quando o homem é soropositivo e a mulher não. Nestes casos, há necessidade de suprimir (indetectar) a carga viral com o uso de medicamentos no homem. Além disso, podemos lançar mão do uso de antirretrovirais como forma de evitar o contágio na mulher. Este tipo de tratamento se chama profilaxia pré-exposição (PREP)¹.
Outras alternativas seguras são a remoção do vírus no esperma ou mesmo a inseminação com esperma de doador. Também há a possibilidade do uso de técnicas de reprodução assistida como fertilização in vitro (FIV) e implantação de embrião. Todos estes procedimentos são feitos em laboratórios especializados².
As técnicas de reprodução assistida mencionadas são extremamente seguras e não há relato de contagio pelo HIV com o seu uso. O valor destes procedimentos pode ser um impeditivo, porém minimizados por programas que ofereçam condições especiais a tratamentos de pacientes que se enquadrem em critérios predeterminados, como o ProSer Social.
A realização do teste de HIV é fundamental para o diagnóstico precoce e permitir acesso aos tratamentos. Recomendamos aos casais, em que pelo menos uma das partes seja portadora do vírus HIV e pretendam gerar filhos, procurar por profissionais especializados que aconselhem a como reduzir os riscos de transmissão do vírus e aumentar as suas chances de sucesso.
Dr. Regis Kreitchmann
Ginecologista e Obstetra – CREMERS: 11642
Professor da UFCSPA
Médico Parceiro Clínica ProSer
Av. Lucas de Oliveira 1937/Sala 202
Fone: (51) 3331.1765
Porto Alegre/RS
Referências:
1. American Society for Reproductive Medicine. Human Immunodefiency Virus (HIV) and infertility treatment: a Committee Opinion. Fertility and Sterility. 2015
2. Khawchaenpron T and Sha BE. HIV Infection and Infertility. Chapter 11, book Genital Infections and Infertility. 2016