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Endometriose e infertilidade: Novas descobertas

Endometriose e infertilidade: Novas descobertas

 

Estudo encontra nova relação entre endometriose e infertilidade
Deficiência de uma enzima chamada HDAC3, que ajuda a preparar o útero para a gravidez, pode ser o X da questão
Por Ingrid Luisa

 

 

A endometriose atinge 7 milhões de brasileiras em idade reprodutiva. Ela acontece quando há crescimento anormal do endométrio, tecido que reveste o útero, e seu excesso acaba indo parar em órgãos como ovários, trompas, intestinos, bexiga, apêndice e vagina. Mesmo deslocado, o tecido excedente é estimulado a crescer e, na hora da menstruação, descama junto com o endométrio original que está no útero. O resultado são cólicas bem mais fortes e, muitas vezes, dificuldade para engravidar.

 

De acordo com dados recentes, a endometriose foi a doença mais estudada em ginecologia nos últimos 15 anos. Mas, mesmo assim, suas causas ainda não são plenamente conhecidas. Agora, um estudo de pesquisadores americanos e sul-coreanos concluiu que a falta de uma enzima pode explicar a estreita relação da doença com a infertilidade.

 

Há tempos que a endometriose está associada com a infertilidade. Pesquisas mostram que de 30% a 50% das mulheres com endometriose se tornam inférteis. A razão mais comum é a danificação das trompas: o processo inflamatório pode obstruir as tubas, o que dificulta (ou até mesmo impede) o transporte do óvulo, prejudicando a fecundação. Mas cientistas descobriram que não é só isso.

 

Os pesquisadores estudaram amostras de tecido de 21 mulheres com endometriose e infertilidade, e descobriram que a chave da questão poderia ser uma enzima chamada HDAC3. Ela é encontrada no revestimento do útero, e é responsável pelo controle de algumas proteínas que ajudam na preparação do útero para a gravidez. No teste com as voluntárias, os cientistas constataram que mulheres inférteis com endometriose tinham deficiência dessa molécula.

 

Os pesquisadores, então, resolveram fazer novos experimentos: induziram a endometriose em babuínos e camundongos e mediram as taxas de HDAC3. O resultado foi o mesmo: os níveis da molécula no revestimento do útero desses animais também caíram.

 

Por último, usando engenharia genética, os cientistas originaram camundongos sem o gene que induz a produção de HDAC3 no útero. Conclusão: os animais nasceram estéreis. Segundo os pesquisadores, a falta da molécula fez o útero não sofrer as mudanças esperadas na preparação para a gravidez, assim tendo problemas com a implantação de um embrião.

 

Os cientistas ainda não sabem o que está por trás da queda de HDAC3, mas acreditam que ela esteja relacionada à infertilidade em mulheres com endometriose — e até à própria doença. Essas conclusões podem levar a novos tratamentos para a doença e direcionar as mulheres com endometriose para tratamentos de fertilidade mais efetivos.

 

 

Fonte: Revista SuperInteressante

Acesse a matéria original aqui.

 

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