O Brasil enfrenta um agravamento da incidência da sífilis em 2023, Infecção Sexualmente Transmissível exclusiva do ser humano causada pela bactéria Treponema pallidum.
O aumento da doença no país se deve majoritariamente à desinformação, menor utilização de preservativos nas relações sexuais, maior acesso a testagens (teste rápido) e limitação de acesso ao tratamento com penicilina pelo SUS.
A sífilis tem três fases:
Primária:
Logo após o contágio surge uma úlcera na vulva ou pênis, indolor, que passa despercebida na maioria das vezes. Nesta etapa há tratamento e cura. Porém, se não for tratada, evolui para a sífilis secundária.
Secundária:
Nesta fase as principias manifestações são manchas vermelhas no corpo, que vão e voltam se não houver tratamento. Por fim, se a doença não for diagnosticada nestas fases iniciais, vem a sífilis terciária.
Terciária:
Pode surgir de 2 a 40 anos após o início da infecção e dentre os sintomas podem estar lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas.
A sífilis pode levar a óbito.
É importante lembrar que a prevenção da sífilis, com o uso de preservativo nas relações sexuais, é a melhor prática para impedir esta e outras infecções associadas, que podem impactar nas chances de engravidar e manter uma gestação, levando à infertilidade quando não tratada no momento adequado.
Nas mulheres, a infecção pode afetar as trompas uterinas, causando obstrução e consequente impedimento da fecundação.
Já nos homens, a doença pode interferir na qualidade do sêmen afetando a fertilidade dos mesmos.
Durante a gestação pode haver perdas gestacionais decorrentes da infecção ativa, pois a bactéria pode atravessar a barreira placentária e contaminar o bebê, levando a problemas graves e à morte (sífilis congênita).
Noeli Sartori
Médica Ginecologista e Diretora da Clínica ProSer – CRM 11980 | RQE 37766.