As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são causadas por bactérias, vírus ou outros microrganismos transmitidos, principalmente, através das relações sexuais (oral, vaginal, anal) sem a proteção de preservativo masculino ou feminino com uma pessoa infectada. A transmissão também pode ocorrer de mãe para filho(a) durante a gestação, ao fazer o parto ou ao amamentar. Outra forma de transmitir IST é por meio não sexual, através do contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.
Atualmente, o tratamento para portadores de alguma IST proporciona melhor qualidade de vida e pode interromper a cadeia de transmissão. Os serviços de saúde do SUS realizam atendimento, diagnóstico e tratamento gratuitos à população.
“A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) passou a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.” Ministério da Saúde
Embora existam campanhas de incentivo ao uso de camisinha e o governo federal do Brasil distribua gratuitamente preservativos, dados do último boletim epidemiológico do HIV/Aids, realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e pelo Ministério da Saúde, mostram que o HIV está crescendo entre os jovens brasileiros. A maioria dos casos, é registrada na faixa etária de 20 a 34 anos (52,7%).
O Carnaval já está chegando. A seguir as dúvidas mais frequentes e revelar o que é mito ou verdade sobre IST. Confira:
1- É possível contrair IST sem ter tido relação sexual?
Sim, há algumas doenças e infecções que podem ser adquiridas por meio não sexual. É necessário ter cuidado com uso de banheiros coletivos e compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas e peças íntimas. Além disso, é válido lembrar que algumas ISTs são transmitidas através de fluídos corporais, ou seja, a transmissão não ocorre necessariamente através de penetração desprotegida. O contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas podem transmitir ISTs.
Veja alguns exemplos de transmissões não sexuais:
HERPES: é considerada altamente contagiosa, mas existem cuidados que ajudam a diminuir o risco de transmissão:
- Tenha relações sexuais seguras com preservativo
- Evite beijar outras pessoas com herpes labial visível
- Evite partilhar talheres, copos ou pratos com pessoas que apresentem uma ferida de herpes visível
- Não divida objetos que possam ter estado em contato com as feridas do herpes.
- Lave as mãos frequentemente, principalmente antes de comer ou ao tocar no rosto.
HPV (Vírus do Papiloma Humano): transmitido por contato direto com pele ou mucosa infectada. A principal forma de transmissão é por meio sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou até mesmo mãos-genital. Portanto, o contágio pode ocorrer na ausência de penetração vaginal ou anal. Outro modo de transmissão é através do parto normal.
Muitas pessoas infectadas pelo HPV não apresentam sinal ou sintoma, elas não sabem que têm o vírus, porém podem transmiti-lo.
HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana): qualquer material utilizado para furar ou cortar a pele deve ser usado apenas uma vez e após ser descartado de maneira segura. O uso de instrumentos para piercing e tatuagem podem transmitir HIV ou hepatites B ou C, quando não são esterilizados ou desinfetados corretamente.
2- Como saber se a outra pessoa tem IST?
As doenças sexualmente transmissíveis raramente podem ser vistas a olho nu. Elas não precisam estar visíveis para você se contaminar, pois elas podem estar em período de incubação e a pessoa estar transmitindo sem saber. Portanto, não dependa do julgamento pessoal se o seu parceiro(a) tem ou não alguma IST. Não julgue pelo rosto, classe socioeconômica, estereótipo, estética ou fisionomia da pessoa, pois as IST não são visíveis e não escolhem quem vão contaminar.
3- É verdade que IST/Aids só passa através do sexo anal?
Não e, inclusive, não há diferença de maiores chances neste tipo de contato sexual em comparação com as demais (oral, vaginal). Todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) podem transmitir IST, como HIV/Aids e hepatites virais B e C. Portanto, é importante sempre usar preservativo e é indicado o uso de lubrificante à base de água ou silicone para tornar o sexo mais seguro, diminuindo as chances da proteção estourar.
4- É verdade que só as pessoas que têm muitos parceiros(as) sexuais pegam IST?
Não. As IST podem ser transmitidas através do sexo sem camisinha por vias anais, vaginais, orais, contato genital e compartilhamento de brinquedos sexuais. Não importando a quantidade de parceiro(as) e nem de atos sexuais.
5- Estou menstruada, preciso usar camisinha mesmo assim?
Sim, muitas IST podem ser transmitidas através do sangue. É importante usar camisinha ou algum método de barreira durante a relação para prevenir contra a gravidez indesejada e a transmissão de doenças e infecções.
6- O uso de preservativo previne contra todas as IST?
Depende, os preservativos são eficientes contra as ISTs transmitidas através de fluídos corporais. Algumas IST como herpes, HPV ou úlcera genital como sífilis e cancro são contagiosos através do contato entre mucosas ou pele não íntegra. Isto quer dizer que se camisinha não cobre a área de contato, ela pode não proteger contra essas doenças. No entanto, se as infecções estão localizadas em áreas limitadas onde a camisinha cobre, o risco de contágio é reduzido.
7- Como posso saber se tenho IST?
A única maneira de saber se você tem IST é fazendo exame. Normalmente, essas doenças e infecções não apresentam sintomas óbvios. Então, não é possível afirmar se alguém tem ou não e, geralmente, a pessoa com IST não sabe que tem e ela pode transmitir para outras pessoas.
Na semana passada o Governo do Rio Grande do Sul firmou convênio com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) que ajudará na prevenção das ISTs. O programa de cooperação atua na prevenção, alerta para o uso de preservativo e aborda questões como álcool ou drogas, já que essas substâncias estão diretamente atreladas ao risco de contaminação. Por meio do projeto “Tô dentro itinerante”, que levará às escolas intervenções teatrais e contêineres interativos, adolescentes e jovens serão alertados quanto à gravidade do HIV e as consequências geradas pela aids ao longo da vida.
A melhor solução é a prevenção e a educação, e o acesso à informação é uma das principais maneiras de deter a continuidade e a progressão dos contágios e das doenças. A iniciativa, inclusive, contará com um investimento do governo federal de R$ 1,1 milhão a cada ano, por meio do Incentivo às Ações de Vigilância, Prevenção e Controle das DST/aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
NOTA:
“Algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas e tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte. Por isso, é importante fazer exames laboratoriais para verificar se houve contato com alguma pessoa que tenha IST, após ter relação sexual desprotegida – sem camisinha masculina ou feminina.” Ministério da Saúde
Fontes:
http://www.engemed.med.br/2017/02/16/carnaval-exige-cuidado-redobrado-com-dstaids/
https://saude.gov.br/saude-de-a-z/infeccoes-sexualmente-transmissiveis-ist
https://helloclue.com/pt/artigos/sexo/ists-duvidas-e-perguntas-frequentes
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/hpv