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Em busca da realização do projeto parental

Em busca da realização do projeto parental

A impossibilidade de ter filhos, definida em termos médicos como a incapacidade de manter uma gestação até o nascimento de um bebê sadio, ao longo de pelo menos um ano de relações sexuais sem uso de métodos anticonceptivos, pode provocar desdobramentos incapacitantes, ampliando-se para outros campos de realização do sujeito. Adquire para cada indivíduo um sentido próprio e requer um processo de reorganização, tanto individual como do casal, para conseguirem lidar com a nova realidade inesperada que se apresenta, podendo bloquear outras capacidades suas, enrijecer seu funcionamento psíquico e empobrecer os seus recursos para lidar com a situação (Balmaceda et al., 2001; Makuch, 2001; Ribeiro, 2004).

 

A constatação da perda da fertilidade e, por consequência, do projeto parental, frequentemente tem sido comparada em intensidade a outras perdas, como a morte de um ser querido, um divórcio ou a perda de um emprego. Associa-se também à perda da sexualidade espontânea, da experiência da gravidez, do filho biológico e da continuidade genética. O casal tende a se isolar e ser estigmatizado pelo entorno (Ribeiro, 2004). Esse momento de revivência de fracassos, perdas e outras feridas narcísicas foi chamado por Melamedoff (2005) de vivência da infertilidade e pode levar a quadros depressivos, persecutórios ou psicossomáticos, considerados como perda de uma parte de si mesmos.

 

Entretanto, os avanços científicos e tecnológicos mundiais, a partir da segunda metade do século XX, contribuíram significativamente para a produção de conhecimento na área de reprodução humana. Atualmente, estima-se que essas tecnologias, que propõem mais uma forma de parentalidade e filiação e que colocam os indivíduos frente a frente com antigas questões de sua história psíquica, sejam responsáveis por mais de 5% de todos os nascimentos (http://www.who.int/reproductive-health/hrp/progress/63/63.pdf). Podem proporcionar aos casais inférteis não somente um tratamento da infertilidade, mas também a possibilidade de realizarem o desejo de tornarem-se pais por meio de outra forma de procriação.

 

Nesse contexto, surgem vivências novas carregadas de afetos contraditórios tais como: esperança, dúvidas, alegrias, frustrações, realizações pessoais, sensação de fracasso, expectativas, diminuição da autoestima e estigma social. Há desgaste físico e psíquico, assim como preocupações com questões de ordem econômica e pressões sociais e familiares, percebidas como agravantes.

 

Com base no cenário acima, nós, da Clínica ProSer, compreendemos o significado da parentalidade para os casais que nos procuram. Valorizamos seu percurso e seu momento de vida, buscando acolhê-los e ajudá-los da melhor forma possível com atendimento especializado, tecnologia de ponta, ética e respeito em cada fase do tratamento. Venham conversar conosco.

 

Lia Mara Netto Dornelles – Psicóloga

CRP 07/05865

 

Referências

Balmaceda, R., Fernández, O, Fernández, E., Fabres, V., Huidobro, A., Sepúlveda, J., & Zegers, F. (2001). Tener um hijo: Conociendo la infertilidad y los caminos para resolverla. Santiago: Publicações Técnicas Mediterrâneo.

Makuch, M. Y. (2001). Vivências de mulheres e homens do programa de fertilização in vitro da UNICAMP. Unpublished master dissertation, Faculdade de Ciências Médicas, UNICAMP. Campinas, Brasil.

Melamedoff, S. G. (2005). Esterilidadaspectos médicos, psicológicos y vivenciales. Buenos Aires, Argentina: Akadia Editorial.

Ribeiro, M. (2004). Infertilidade e reprodução assistida: Desejando filhos na família contemporânea. São Paulo: Casa do Psicólogo.

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