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Pandemia: Parto hospitalar X domiciliar

Em tempos de coronavírus, muitas pessoas temem ir ao hospital pelo risco de contaminação à doença. Neste contexto, algumas gestantes consideram o parto domiciliar como uma opção válida. É este assunto que iremos abordar nesta publicação.

 

 

PARTO DOMICILIAR

O parto domiciliar é contraindicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, Conselho Regional de Medicina e Associação Médica Brasileira, mesmo durante a pandemia. Especialistas alertam que o risco de complicações no parto é maior do que o perigo oferecido pela Covid-19.

 

O tema sobre parto domiciliar é discutido nas instituições de saúde antes mesmo da chegada do novo coronavírus. Em 2019, o Conselho Federal de Enfermagem deu um parecer dizendo que este tipo de parto permanece à margem da legislação brasileira, porém salienta que é uma opção e direito das gestações consideradas de risco habitual. Segundo a entidade, o parto domiciliar é seguro apenas quando há acompanhamento de uma equipe qualificada, capaz de identificar cedo qualquer anormalidade e encaminhar a gestante para o hospital assim que surgir o primeiro sinal de dúvidas sobre a segurança do procedimento.

 

 

ASSUNTO POLÊMICO

Os estudos sobre a segurança do método variam. Alguns apontam que o procedimento em domicílio é de maior perigo e em outros não. Cada país possui seu protocolo e há serviços de parto domiciliar no Sistema Único de Saúde (SUS), apesar da posição dos médicos.

 

A busca de um parto mais natural pode trazer a ideia de fazer o nascimento em casa. A gestante pode optar por esta modalidade, contanto que esteja preparada e ciente de que o nascimento é uma caixinha de surpresas e em casa não é possível receber nenhum tipo de analgesia. Mãe e bebê podem correr riscos.

 

 

PARTO HUMANIZADO

Entidades médicas acreditam que é preciso melhorar a qualidade do parto hospitalar, ao invés de aumentar a quantidade de partos realizados em ambiente doméstico. A assistência ao nascimento, baseada em evidências e no respeito, é a verdadeira humanização.

 

Pesquisas médicas mostram que é possível um trabalho menos intervencionista e individualizado, mantendo segurança para a gestante e seu filho.

 

“Todo parto tem que ser humanizado, o que significa acesso ao pré-natal e assistência hospitalar com respeito, boa integração entre paciente, médico e equipe. Esse é um direito da gestante e do bebê”, afirma o médico Carlos Link, diretor da Clínica ProSer, de Porto Alegre/RS. “O risco de sequelas neurológicas é quatro vezes maior nos partos em casa, alguns irreversíveis”, afirma o especialista.

 

 

QUAIS OS RISCOS DO PARTO DOMICILIAR?

Se a gestante desejar um parto domiciliar é importante conversar sobre o assunto com o médico obstetra que está acompanhando o seu pré-natal para avaliar se o nascimento em casa é uma opção segura. Em casos que a gestante cogite por este tipo de procedimento apenas pelo receio de ir ao hospital durante a pandemia da Covid-19, também é necessário verificar com o médico responsável o cenário e a opinião do especialista.

 

Se essa for a escolha, um dos requisitos mais importantes para o parto domiciliar é estar a no máximo 20 minutos de deslocamento até o hospital e com um plano estruturado para mudar de cenário rapidamente. Se houver algum problema no período expulsivo, por exemplo, o recém-nascido pode necessitar de suporte imediato. No final do parto, cada minuto é muito importante para o bebê e o atraso no atendimento pode oferecer sequelas permanentes. A equipe de enfermagem que acompanha o nascimento em ambiente doméstico deve ser treinada para atender esse tipo de situação e em cuidados com recém-nascidos. Equipamentos devem ser levados pelos profissionais, tais como manta térmica, suporte de oxigênio e itens para socorrer a mãe caso haja lacerações, sangramentos ou outras complicações.

 

Registre-se que nos Estados Unidos, o parto domiciliar aumenta em 10,5% o risco de morte do recém-nascido, e na Holanda em 3,6%. Na Inglaterra, 45% dos casos têm necessidade de transferir a mãe ou o bebê para um hospital.

 

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) desaconselha o parto domiciliar. Mesmo em gestações sem problemas ou doenças na mãe ou bebê, pode haver complicações na hora do parto.

 

As gestantes devem fazer sua escolha com base em informações seguras e conversar com seu médico para ter uma experiência protegida, baseada em evidências e sem práticas experimentais.

 

Sobre a Covid-19, as maternidades dos hospitais estão bem estruturadas para conduzir os trabalhos reduzindo as possibilidades de contágio.

 

Fontes:

https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/625-assistencia-ao-nascimento-baseado-em-evidencias-e-no-respeito

https://bebe.abril.com.br/parto-e-pos-parto/parto-domiciliar-e-mais-seguro-durante-a-pandemia/

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